23 janeiro, 2021

2021

Segundo os outros

eu tenho que dar a volta por cima

mas eu passei quase 30 anos da minha vida

numa montanha-russa e roda-gigante

então estou esgotada até porque isso não é parque de diversão

as voltas por cima que eu dei foram exaustivas demais e quase acabaram comigo

eu só quero ficar bem de saúde e ter uma vida digna, se possível.


Chega de voltas, chega de voos.

Falecer

Você nunca mais vai voltar

e nem eu. 

Nós morremos um para o outro.

Tudo morreu.

16 janeiro, 2021

Usuária de pó...esia!

De tanto cheirar a poesia

logo cheiro à poesia. Desde pequena a lendo sem parar como uma forma de me alegrar ou chorar de me revoltar e me manifestar. Escrevê-la porque a tenho viva em minhas entranhas correndo pelas minhas veias aqui junto de meu sangue fazendo parte de minha identidade me dando a vida quando o mundo me tira.

7 "facas"

 Quando nasci 

feito uma feminista pra vida

minha mãe me disse: 

- Vai, Fernanda, fazer protestos pelas avenidas! 

13 janeiro, 2021

(Des) EQUILIBRANDO

estou muito mais no passado do que no presente

estou muito mais no passado do que no futuro 

quando estou no presente eu tenho medo do futuro

então eu corro ao passado sem querer abraçá-lo

e caminho ao suicídio indireto fazendo o presente ir embora.


poucas vezes estou no presente de verdade!


tempos "verbais-mentais" que não eram tão latentes assim

e que nos últimos anos se tornaram um pêndulo para mim

não me deixando sentir o eixo, o meio, o centro, o presente

pois ele em movimento só faz casa nas extremidades. 


"Isolamento social"

muitas vezes eu não sou nem monossilábica

eu "simplesmente" não respondo 

mesmo a minha mente trabalhando a todo vapor

e não é intencional, geralmente não é

mas aprendi as duras penas que às vezes pode ser bom

justamente por ser "necessário" não dizer, sequer 

qualquer letra que seja ou não fazer som algum

de ser feito um "isolamento" que não tem a ver com solidão

mas com silêncio

é o encontro e o respeito com o momento

com o meu momento.


antes eu me culpava muito, agora não.


03 janeiro, 2021

Elo

Das vezes em que fui mais, eu fui quase nada.

Das vezes em que fui menos, eu fui quase tudo. 

Hoje eu quero ser o ser mais invisível neste mundo

mas o mais percebível no meu mundo.


Quero me casar comigo mesma

me aceitando na saúde ou na doença

na tristeza ou na felicidade

me amando ou seja lá como for

em qualquer polaridade e tempestade

um sim de mim para mim

até a morte

porque vai ser assim.